quarta-feira, 16 de abril de 2008

Assim como as canções


Mesmo se passado tanto tempo não consigo esquecer aquele sorriso luminoso, cheio de delicadeza, carregando consigo também um olhar certeiro, nos instigando a desvendar seu mistério naquele mês de dezembro.

Já não sei dizer se hoje que sinto é o mesmo de tanto tempo atrás, mas de uma coisa tenho certeza, que ainda tenho o mesmo e velho amor amanhecido, como as rosas do campo quando vêem a aurora chegar para mais um dia de raiares fulminantes de perfume.

Sei, parece miragem ou insanidade, para alguns a certeza que o hoje ainda se há esperança de amar de novo, para outros a certeza que se deixou passar a sorte e para alguns como eu, que tenho a resposta de um amor constante.

Tentei traduzir palavras difíceis de interpretar, busquei compreender certos atos como a sociedade envaidecida, bebida ou mesmo enlouquecida calmamente de seus próprios desejos ocultos e hipócritas. Mesmo tentando traduzir e compreender cada coisa, ainda não conseguir me encontrar nessa terra que chamo de ninguém.

Vivo esse imensurável tempo que às vezes me chega a pensar que tenho sorte de ter pessoas especiais, que me fazem sentir muitas vezes única diante de tanta gentileza. Sim, o tempo passa e a cada dia como diria uma velha canção que, “envelhecemos há dez semanas”.

Hoje possuo meus vinte e poucos anos, posso lhes confessar que até agora tive apenas dois amores, o que ambos os amores me fizeram sentir por pequenas frações de segundos imaginários, importante em suas vidas, que me perdoem a franqueza, se portando de egocentrismo, mantendo um poço de magnitude, quase que intocáveis. É esse motivo que leva-me escrever para passar o tempo e a solidão da minha alma nessa madrugada quente de abril. Parece deprimente? Me digas quem não é deprimente numa sociedade que chamo de alternativa?

Tenho muitas duvidas, mas ainda tenho respostas que às vezes se encontram incompletas ou simplesmente se perderam no caminho, na linha de raciocino, tentando simplificar em poucos trechos a famosa bagagem de perguntas e umas dessas perguntas um dia hei de perguntar ao meu velho amor.

Mesmo se passando tanto tempo, me vejo numa posição satisfatória, me sinto a vontade em ser apenas um bom amigo, pois ao lado de um amor fraterno consigo soltar risadas gostosas, gerada pela explosão de afeto, me sinto a vontade de dizer que é com você que desejo permanecer fiel, ouvindo suas duvidas, assistindo o meu e o seu progresso, velando muitas vezes em silencio o seu sono, sabe de uma coisa? Sinceramente, é com você que quero dividir meus troféus e, se um dia perceberes como ainda meu velho amor estar tão jovem como nunca, gostaria de criar ao seu lado um filho que se chamasse João Vinicius e se você não quisesse um filho, por que não criarmos um filhote de labrador, chamado Yello?

Procuro o arranjo musical mais perfeito e criativo, casando-se dentro de uma única sintonia como as alegres folhas secas de outubro, somente para dizer-lhe com simplicidade: Quer casar comigo?. Sei bem que a resposta não vem agora, mas mesmo que nunca chegue essa reposta, só a nossa velha amizade nos basta, pois da amizade nasce o amor sincero, como as canções que nascem no mês de novembro para dar um sentido especial em nossa vida, por mais que o tempo passe, o que sinto será assim como as canções, eternizadas na memória da vida de quem um dia amou.