quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para Pensar: Faça você também a diferença :)

“O que você pensou que era o final é só o inicio do caminho(...)” (Muita Calma Nessa Hora – Leoni)

Os pés caminharam acelerados e olhando o relógio para não chegar atrasada no dentista. Saí depois do almoço para resolver os pepinos e avaliação odontológica que estava marcada desde segunda-feira. O corre danado do dia é fogo quando tens que administrar o tempo com o trabalho central e recesso de aulas. Acordei na quarta-feira cheia de alegria pela bela noite de terça-feira que vivi surpreendentemente: “mordendo a língua”, iniciando a noite de quarta muito bem e obrigada na presença de gente querida. Cheguei em casa depois de uma manhã na ralação da redação, tarde/noite de reencontros/encontros com sabor de bis e final de tarde na malhação/academia. Antes de blogar e a vontade doida para escrever coisas borbulhantes com a energia da alegria eletrizante, deparo-me com um dos scraps de amizade e entro em uma madrugada com ar triste, com um nó na garganta.

Tenho uma amiga (Kamila Santos) que está passando por um momento difícil com sua mãe, problema muito sério de saúde. A mãe dela está fazendo hemodiálise e para “piorar” estar na lista de espera para doação de rins. Sabe amigos, visitantes e blogueiros, hoje/neste momento não estou afim dedilhar flores, mas de algum modo é interessante “falar” sobre a doação de órgãos, tempo, vida. Depois que saí do dentista fui parar na casa de uma velha amiga (Rosa), fazer uma visita “rápida” para ver a filhinha dela tão linda e esperta, saber como elas estavam e já que devia uma visita há alguns meses, decidir fazer isso enquanto estava com o tempo disponível.

Durante a visita fiquei assistindo o filme “Seven Pounds” (Sete Vidas) que tem uma representação absolutamente e plausível do Will Smith, qual tratava justamente sobre algumas vidas que esperavam ansiosas por um coração, medula óssea e outros. O personagem sofreu um grave acidente com a esposa e infelizmente ela morre. O cara fica doido, depressivo e decidi tirar a própria vida, mas o faz com objetivo, de doar o seu melhor para as pessoas que realmente precisam. O filme é belo, trágico e reflexivo. E ao assistir emocionou-me pelo fato de continuar acreditando que nesse mundo tem pessoas que tem a coragem de fazer o bem, mesmo que o bem seja o mal para si (Por acreditar em Deus e na bíblia, é errado um cristão tirar sua própria vida. É a minha visão cristã), mas na vida real, acredito sim, que tem pessoas que fazem o bem sem pedir nada em troca, sem interesse politicamente correto. Quando se trata especialmente da doação de órgão muitos esquivam da idéia, pensam: Como assim? Vou ser enterrado sem eles? Vão cortar-me? É aí que paro e penso: Owww carinha!!! Acorda! Um dia alguém que ama ou até você, pode precisar de doação de algum órgão. Infelizmente, tratar desse assunto ainda causa conflito, medo e entre tantas coisas. Mas, no fim, ainda existem pessoas que são doadoras e digo a vocês, como já disse a minha família: sou doadora de órgãos. Pode dar tudo. É o certo a fazer.

Talvez alguns se perguntem o que tem a ver com a mãe da KS? Tem tudo a ver meus amigos, a doação não precisa ser necessariamente de órgãos, mas tem seres vivos que precisam de tempo, tempo para interceder pela vida do outro, de fazer visitas em asilos/hospitais/Casas de Apoio com Crianças de HIV ou C.A, de ligar para alguém que necessita de palavra de conforto/um ombro amigo, de doar o seu talento para ensinar outras vidas coisas boas como artes, música, poesia, não sei...quem sabe até um sorriso, gestos simples: bom dia ou obrigado seu cairia bem para aquele que passa ao seu lado no trabalho, na rua, no ponto de ônibus, no táxi?!.

Hoje, correndo na esteira e ouvindo MUSE, pensei no filme e agora penso ao ler o recado da KS. Nas entrelinhas do pensamento vem perguntas de auto-reflexão: Como sou metida a ocupada. Será que realmente tenho feito a diferença? Como tenho ajudado o meu próximo em vida? É quando leio o recado de Kamila e faz-me ter a certeza de algum modo sim, podemos fazer a diferença nos mínimos detalhes. Compartilho o que ela escreveu durante noticia da sua mãe, diz:

(...)pri, eu fico muito, muito agradecida por você se preocupar..sei q tens uma alma pura e tens um belo coração.Você manda muita energia positiva pela expressividade q tens(...)

Meus fraternos, essas palavras fazem ter certeza de como sou abençoada por Deus. E a vontade doida de dividir isso com todos. Agradeço ao Pai pela oportunidade de dividir o melhor de mim aqueles que nem conheço. Dividir o melhor das minhas idéias, o melhor do exemplo, o melhor de tudo que possuo. E os compartilho não por compartilhar, pois vejo que é uma forma de servir a Deus, de servir ao meu irmão, meu inimigo, o desconhecido. Todos nós passamos por confusões, complexidades, duvidas e angústias, mas algo sempre vem a recordar: Tudo que acontece nessa vida é um tijolo a mais para o degrau da experiência de vida.

Quando comecei a dizer que fiquei triste pela situação atual da amiga KS, é pelo simples motivo de saber como é ter a incerteza do por vir. Então, sabiamente escrevi algo para KS lembrando que tudo nesta vida coopera para o nosso bem. No entanto, ao voltar a ler o scrap da minha fraterna percebi alegria dela de saber que fui atrás para saber como estava indo sua vida, a saúde da sua mãe. Uma forma de preocupar-me com o próximo, oferecendo o apoio e amizade, juntos são importantes para quem está passando/vivendo um instante delicado. Tantas vezes queria esse mesmo apoio da família dos meus pais, quando a minha irmã precisou viver fora da cidade com o papai e a mamãe, em busca da cura do Câncer. E quantas vezes não tive. Mas, Deus é tão bom conosco que os de fora (amigos próximos, igreja) foram os que estiveram comigo: Orando, intercedendo, ligando. Doaram o seu melhor e fizeram o melhor para fazer sentir-me tranqüila, amada.

Hoje, procuro mesmo nas horas de dor, com probleminhas (todos nós temos e vamos ter até o fim da vida) tentado sorrir, ser sempre positiva, porque isso é o meio de fazer a diferença no mundo que muitos não têm mais esperança, muitos não temem mais a Deus, não amam seus pais, não respeita o próximo, a natureza. Não estou dizendo que sou santa, mas digo que tenho aprendido desde a infância ser um alguém com diferenciais plausíveis, tentando fazer sempre o correto. Mesmo que às vezes ouça que é “caretisse”, bobeira. Quando digo de doação de órgãos, isso é apenas uma das formas de sermos mais sensíveis a realidade, sermos mais humanos. Mas como disse, existe `N` maneira de doar, só depende de cada um.

Acredito que o mundo ficará melhor se todos nós fossemos mais conscientes, humanitários, solidários. Certamente não existira tanta solidão, egocentrismo, futilidade e entre outros adjetivos negativos. Em final desse desabafo, lembro de que fui voluntaria de uma ONG, chamada ADEIS. Trabalhei voluntariamente por alguns anos na ADEIS (atualmente estou prestando serviço vez e outra para o GACC) e o tempo que passei na ONG, realizei trabalhos de comunicação social e um dos trabalhos foi uma experiência que tive com cinema, no ano 2005. No final da realização do curtametragem tinha em mente terminar com mensagem sobre ajudar o outro, ser mais colaborador. E na saga da pesquisa, tinha uma mensagem da madre Tereza de Calcutá que vi no quadro da ADEIS, diz:

“Sabemos que o que fazemos não é mais do que uma gota no oceano, mas se essa gota não estiver no oceano fará lá falta.”

E, ler essa frase da Madre, incentivo a você caro leitor/internauta de algum modo a levantar da sua cadeira de conformismo barato e fazer algo além de olha para o seu mundo legal, o convido a fazer a diferença, o convido a ser essa “gota no oceano”. Garanto a você que sua vida só vai melhorar, é como se fizesse educação física, malhar o corpo te deixa legal e com auto-estima, mas e a sua vida espiritual? Será que o seu sorriso amarelado continuará sempre o mesmo? O convido a ser um doador de tempo, de vida.

Seja diferente e se já é diferente, o convido a caminhar, somar, multiplicar e a dividir. Pense nisso. Ainda é só o inicio do caminho.

;)

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