quinta-feira, 22 de julho de 2010

22 de julho de 2010

Ela gosta de vinho, apreciadora de uma boa conversa, o movimento do espaço ao seu redor.
Eu gosto de Stella, aprecio a bossa-nova na companhia do meu acervo de livro, assistindo o movimento cibernético.

Ela diz nunca ter experimentado as coisas que experimentei, tem curiosidade.
Eu digo oposto, já experimentei e gostei, agora busco o infinito particular junto ao alguém especial.

Ela trabalha no escritório com pessoas diferentes.
Eu trabalho em casa, revisando textos e entregando-os em prazos.

Ela tem um alguém esperando em casa.
Eu tenho apenas eu, de quebra um aviso prévio da família dizendo: Olha o horário!

Ela é simples em decisões.
Eu sou determinada nas decisões.

Ela gosta de conversar.
Eu gosto de ouvir.

Ela prefere não escrever.
Eu já vivo para escrever.

Ela vive seus trinta e poucos anos.
Eu vivo os meus vinte poucos anos.

Entre tantas diferenças, vivemos lado a lado como se essas diferenças não existissem.

Ela coloca as mãos sob a mesa.
Eu encontro minhas mãos em suas mãos a mesa.

Ela se sente bem conversando comigo.
Eu viajo no tempo.

Ela tem o nome diferente.
Eu tenho o nome faltando uma letra, também diferente.

Ela escreve oi.
Eu escrevo amor.

Ela não se entende.
Eu também não me entendo.

Ela sorrir quando olha para mim.
Eu abaixo os olhos com timidez.

Ela aprende.
Eu ensino.

Ela ensina.
Eu aprendo.

Ela descobre.
Eu descubro junto.

Ela pensa todos os dias em coisas.
Eu penso nela todos os dias.

Ela sonha acordada.
Eu sonho dormindo.

Ela crer em Deus.
Eu temo a Deus.

Ela faz a diferença.
Eu sinto a diferença.

Ela toma o café da manhã.
Eu tomo o chocolate gelado, lendo o jornal online.

Ela diz “você sabe o que quer” e afirma sua impulsividade.
Eu digo que sou ansiosa e afirmo o auto-controle para não perder o caminho.

Ela admira minha maturidade a frente da minha idade.
Eu amo ouvir sua voz, observar seu leve sorriso tímido.

Ela é minha?
Eu sei que sou dela.

Ela busca.
Eu encontrei.

Olho o agora, vivendo a bela, intrigante e sustentável certeza da incerteza.

Como já dizia Vinicius de Moraes: que seja eterno enquanto dure.

Apenas, nesse momento respeite o nosso espaço, quero está assim: Ela e Eu.

Texto dedicado alguém muito especial: M.S.

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