segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Artigo: O EXEMPLO DE UM HOMEM DE DEUS

BOLETIM 708 14/08/2010

Muitos são aqueles que, em nossos dias, se apresentam ou são chamados “homens de Deus”. Enquanto os olhamos à distância somos, por vezes, fascinados tal a desenvoltura religiosa de seus movimentos e de suas palavras. Mas, o que aconteceria se chegássemos perto o bastante para os conhecermos na intimidade? Teríamos uma agradável ou decepcionante surpresa?

Quando lemos, na Bíblia, sobre homens e mulheres de Deus descobrimos que, na Revelação de Deus, eles são apresentados como gente de carne e osso, humanos e pecadores; por isso, só são homens de Deus em virtude da abundante e suficiente graça que os sustenta. Eles receberam fé para realizarem os grandes projetos de Deus e não os seus próprios. Não viveram um disfarce de espiritualidade, produto de um mundo encantado da religião onde, atualmente, o grande neg&oac ute;cio é ter visibilidade e obter lucro fácil. Não se importaram com os títulos, foram apenas chamados de Enoque, Abraão, Elias, Eliseu, Ana, Rute, Ester, João Batista; são tantos, que seria impossível citar a todos.

Esta meditação tem como base 1 Tessalonicenses 2.1-12 que nos leva a refletir sobre o título deste editorial. Na primeira carta de Paulo à igreja de Tessalônica, o apóstolo tem em mente exortar os crentes a respeito de dois aspectos da vida cristã: Primeiro, a necessidade de viverem em santidade e porem em prática o amor fraternal; segundo a importância de estarem vigilantes quanto a Segunda Vinda do Senhor. Antes, porém, de chegar a tão importantes instruções, Paulo se utiliza dos três capítulos iniciais para falar da sua alegria e gratidão a Deus pelos crentes de Tessalônica (1 Tes. 1.2 -10; 2.13-16) e, também, para falar de si mesmo e do seu ministério (1 Tes. 2.1-12; 17-20; 3.1-13).

Quando Paulo fala de si mesmo não podemos tomar isto como sendo resultado de arrogância, orgulho ou vanglória. Pois, mesmo sabendo que era eleito por Deus, chamado por Jesus para ser apóstolo, designado pelo Espírito Santo para pregar aos gentios, ele declara em Romanos 7.24 ser 'homem miserável', em 1 Cor. 15.9 'o menor dos apóstolos', em Ef. 3.8 'o menor de todos os santos' e, em 1 Tim. 1.15 'o principal dos pecadores'. Todavia, quando olhamos para Paulo, logo descobrimos ser este, um homem de Deus, provado e aprovado por Ele. Alguns aspectos em 1 Tessalonicenses 2.1-12 nos chamam atenção para o exemplo desse homem:

1. Seu encontro com pessoas sempre produz frutos para o reino de Deus. Em 2.1 ele declara que a estada dele em Tessalônica não foi infrutífera. Ali nasceu um a igreja, resultado de sua passagem por lá. Foi assim em muitas outras cidades. Estando preso ou livre nunca esteve em qualquer lugar, ou encontrou qualquer pessoa sem demonstrar e falar do amor de Deus.

2. Enfrenta lutas com ousada confiança para anunciar o evangelho. É importante observar o que o texto diz: “...mas, apesar de maltratado e ultrajado em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus em meio a muita luta” (2.2) . Paulo não se importava com a luta contanto que o evangelho fosse anunciado.

3. Sua maior preocupação quando exorta é agradar a Deus. Quando exorta suas palavras não procedem de engano, nem de impureza, nem de dolo. Também não faz uso de bajulação nem de ganância estes meios não são próprios de um homem de Deus (2.3-6).

4. Serve a Deus e à igreja sem exigir nada em troca. Ele abre mão do direito que tinha de ser mantido pela igreja para que seu relacionamento com os crentes fosse como o de uma “ama que acaricia os próprios filhos”. O homem de Deus rejeita ser tratado como um profissional da Palavra (2.7,8).

5. Trabalha dobrado para não viver à custa de ninguém. Paulo trabalhava como fazedor de tendas para sua manutenção. Parece não ter sido um trabalho fácil, pois ele diz: “Porque vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus” (2.9)

6. Seu comportamento tem o testemunho de Deus e dos crentes. O homem de Deus tem uma vida transparente; o que ele é na igreja é fora; seu procedimento é irrepreensível quando c ompra, quando vende ou quando aluga. Paulo tinha o testemunho de Deus e dos crentes para comprovar sua vida (2.10).

7. Seu trabalho, como conselheiro, visa conduzir os crentes a uma vida digna de Deus. Paulo tinha o cuidado paternal de exortar, consolar e admoestar os crentes não para que eles se sentissem bem, ou para que se dessem bem em seus relacionamentos, ou para arrumar seus negócios; mas o seu aconselhamento, por meio da Palavra de Deus, visava consertar a vida dos crentes com Deus. Esse era o trabalho pastoral desse homem de Deus (2.11,12).

Queridos irmão, aprendemos com este texto que Deus chama homens comuns e os transforma em homens segundo o seu coração a fim de que sejam considerados homens de Deus. Que o Senhor nos abençoe.


Pr. Vanderli Brito

***Igreja Presbiteriana de Manaus - IPM
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